Seja bem-vindo. Hoje é
Esse blog começou a ser trabalhado no ano passado, e tratava de vários tipos de assuntos diferentes.

Nesse ano de 2011, resolvi mudar o foco do mesmo e, a partir de agora, o mesmo tratará somente de música, tendo inclusive seu nome alterado para Rock Archives.

Devido a minha preferência pessoal, rock será o assunto principal, teremos espaços abertos para outros estilos.

Espero que vocês gostem !!!

sábado, 11 de junho de 2011

Paul in Rio 2.0 – Parte 3 - 23 de maio de 2011: McCartney transforma o Engenho de Dentro em uma Disneylândia

Depois de toda a interação com o público na noite de domingo, com seus inesquecíveis Na Na Nas, ficou óbvio que Paul e banda viriam para detonar ainda mais na noite de segunda-feira.

O receio de que o estádio não recebesse a sua capacidade máxima terminou bem antes do início da apresentação, o que só comprova a tese de que os Beatles ainda possuem muitos fãs. Quem vai a um show numa segunda à noite na Zona Norte precisa ser muito fã. E todos provaram que eram.


Paul subiu ao palco com a pontualidade habitual, uma disposição poucas vezes e um repertório único na Up and Coming Tour. Se a apresentação do dia 22 foi burocraticamente pensada para agradar a um público variado e ávido por diversão fácil e acessível. Na segunda, a coisa era diferente. O povo estava lá para ver um dos gênios da música de todos os tempos desfilando suas criações e torcendo para que ele se renovasse, reinventasse.

Se os poucos relatos sobre como foi o soundcheck feito pela manhã revelavam que canções como Petruska e Magical Mystery Tour, ninguém poderia prever o que McCartney e banda prepararam para a noite – isso, após acordar e ter disposição para um passeio de barco na Baia de Guanabara. Num misto das set lists de 2010, Macca reservou para o Rio canções até então inéditas em seu repertório desde 2009/2010. Até mesmo a roupa – um paletó e calças pretas – foram novidade.


A disposição da plateia em cantar foi potencializada ao máximo após Back in the USSR. O coro de u-uh-uh foi tão longo que ganhou a introdução da canção seguinte, I’ve Got a Feeling. Se não tivemos cartazes com Na Na Nas, tivemos muito mais participação, tivemos Coming Up e I Saw Her Standing There.

Mesmo com o som mais pesado e rockeiro já apresentado em sua longa carreira, ficou claro que a Disneylândia montada por McCartney incomodou alguns pseudo intelectuais, que ainda pensam estar nos anos 70, que ainda pensam que todos precisam ser engajados politicamente e ter uma motivação superior. Parecem saídos de um filme em preto e branco, como o que mostra uma passeata de artistas e defensores da MPB contra a guitarra elétrica em 1967. Simplesmente ridículo.

Paul McCartney é – como diria um personagem do mesmo filme, quando perguntado sobre 1967 sobre a música pop – o que ele é: um homem com o dom da melodia. Ele já pode ter mandado os políticos se fu…., pode ter pedido pela libertação da Irlanda e até mesmo composto pensando na morte de Chico Mendes. Mas Paul, acima de tudo, é entretenimento, diversão. As pessoas precisam aceitar isso: a genialidade alheia.

Being in Rio was fantastic from the minute we landed….

Fim de espetáculo e Paul sai voando (literalmente) para a Inglaterra e sua pequenina filha. Porém, ao contrário do que aconteceu em todos os shows anteriores, deixou mensagens e vídeos sobre sua estadia na Cidade Maravilhosa (um deles podem ser vistos no fim do texto). Pelo jeito, os rumores de uma possível volta (ainda em 2011) não parecem tão absurdos assim.

Mesmo para quem ficou eternizado na primeira fila e em uma transmissão pela internet – como XG e sua indefectível camisa do Botafogo – ficou claro que o velho Macca ainda pode surpreender e se superar, quando quer.

Até a próxima.

Paul Facts (publicado em O Globo)

Zero- foi o número de garrafas d’água consumidas durante os shows. Como este senhor se hidrata?

7 – número de músicas em que a gravata resistiu no pescoço do ex-beatle no show de segunda-feira

90.000 – Totalidade do público presente aos dois shows – 45 mil por noite. Lotação esgotada no Engenhão, que finalmente, dizem as más línguas, viu casa cheia

“First time in Rio” – “Ob-la-di-Ob-la-da” foi tocada pela primeira vez no Rio no domingo

Nunca antes na história dessa turnê – “Coming up” e “I Saw Her Standing There” foram tocadas pela primeira vez na turnê brasileira no último show do Rio.

Bordão – A palavra “demaish”, com direito a sotaque carioca, foi repetida mais de uma dezena de vezes pelo Paul

Estilo – No domingo, camisa branca com gola e punhos azuis. Na segunda, camisa azul com gola e punhos brancos

Haja fôlego- quatro minutos cravados foi a duração do corinho do “Na na na” de “Hey Jude” no domingo


Melhor flash mob – Os cartazes com “Na na na”s e balões coloridos erguidos pela plateia no domingo fizeram bater mais forte o coração do velho Macca

20 trocas de instrumentos – entre baixo, três tipos de guitarra, dois pianos, violão, bandolim e até um ukulele, Paul trocou de instrumentos como Tim Maia trocava de camisa

Melhor dançarino de Macarena – o baterista Abe Laboriel Jr., que fez a clássica dancinha enquanto tocava bumbo em “Dance Tonight”

Momento vintage – a guitarra Epiphone Casino usada no show em “Paperback writer” foi a mesma usada durante a gravação da canção em 1966

Black is beautiful – “Blackbird”, inspirada nos conflitos raciais dos Estados Unidos na década de 1960, foi dedicada à luta pelos direitos civis dos negros

Peso pesado – para encantar os cariocas, Paul trouxe 80 toneladas de equipamento ao Rio

Alta definição – Os telões laterais têm altura aproximada de um prédio de 8 andares

Tamanho do palco – Cerca de 70m de largura e 24m de profundidade

Amor aos animais – No camarim, Paul exigiu que nenhuma mobília do camarim fosse feita de pele animal. Proibiu até mesmo estampas que lembrassem zebrinhas ou oncinhas. Nem couro artificial ele permitiu


As canções:

1. Magical Mystery Tour
2. Jet
3. All My Loving
4. Coming Up
5. Got To Get You Into My Life
6. Sing The Changes
7. Let Me Roll It
8. The Long And Winding Road
9. Nineteen Hundred and Eighty Five
10. Let ‘Em In
11. I’m Looking Through You
12. And I Love Her
13. Blackbird
14. Here Today
15. Dance Tonight
16. Mrs Vandebilt
17. Eleanor Rigby
18. Something
19. Band on the Run
20. Ob-La-Di, Ob-La-Da
21. Back In The USSR
22. I’ve Got A Feeling
23. Paperback Writer
24. A Day In The Life / Give Peace A Chance
25. Let It Be
26. Live And Let Die
27. Hey Jude

Encore

28. Day Tripper
29. Lady Madonna
30. I Saw Her Standing There

Second Encore

31. Yesterday
32. Helter Skelter
33. Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band / The End







Paul in Rio 2.0 – Parte 2 – O Show do dia 22 de maio de 2011

Os leitores do blog (sim, eles existem) já leram sobre como foi o soundcheck de Paul. Agora, saberão como foi o show do domingo.

O começo

Assim que terminou o soundcheck – na verdade, pouco antes – a fila para deixar a área reservada e ir correndo para a primeira fila do palco, já era tensa. Isso, apesar dos seguranças dizerem para ficarmos calmos e não corrermos. Tolinhos!


A corrida (comportada) valeu à pena (veja o vídeo no fim do texto) e rendeu um ótimo lugar para ver o show. O lugar era tão bom que ainda deixei algumas baixinhas entrarem na minha frente, passando para a quarta fila. Também não posso deixar de falar da cara de espanto das pessoas que ficaram dias na fila e, ao entrarem no estádio, encontraram os melhores lugares tomados. Pode ser até cruel, mas foi muito engraçado.

O show

A apresentação do domingo (22 de maio) foi a 3ª da mini-turnê pela América do Sul. Antes, Paul e sua Fantástica Banda – Rusty Anderson e Brian Ray (guitarras), Paul “Wix” Wickens (teclados e percussão) e Abe Laboriel Jr (bateria, vocais e dança) - se apresentaram no Peru e no Chile. Nas duas apresentações, Paul tocou as mesmas músicas, sem surpresas. O que pode ter sido um pouco frustrante para quem já havia assistido mais de um show da turnê Up and Coming também era uma grande notícia para os fãs em geral, já que a qualidade e duração do show estavam garantidas.


Mais uma vez ficou provado que Paul McCartney e o Rio têm uma química especial. Se em 1990 foram 184 mil pessoas no Maracanã – levando o ex-beatle a dizer que foi o ponto alto daquela turnê – em 2010, no Engenhão, as 45 mil pessoas que foram a esse primeiro concerto deram um show que emocionou o velho rockeiro. Além da participação habitual das plateias brasileiras, o mar de cartazes com a inscrição “NA”, deixou Paul e banda extasiados durante a apresentação de Hey Jude. Algo único no mundo, em todas as turnês do músico em seus 68 anos de idade (foto abaixo).

Onde está Wally ? (com a camisa do Botafogo, é claro !!!)

A apresentação foi marcada por aquele climão de programa de fim de semana. Muitos avós, pais e filhos juntos conhecendo e relembrando velhos sucessos. Enquanto isso, lá no gargarejo, muita gente se eternizando. Paul aproveitou para desfilar sua simpatia e frases em português, não parecendo ter preparado nada especial, mesmo sabendo que o concerto estava sendo transmitido pela web.

No fim, todos saíram do estádio com a sensação de que seria difícil superar aquela apresentação. Mas, estamos falando de Paul McCartney.

Aguarde para saber como foi o show de segunda-feira.

O estádio

O Engenhão, localizado no bairro do Engenho de Dentro, na Zona Norte da cidade, é alvo de constantes críticas em relação a sua localização e problemas de acesso. Normalmente os jogos de futebol – mesmo sem o Maracanã – não atraem um público condizente com a sua capacidade, fazendo com que muitos o chamem de Esvazião. Os shows de Paul McCartney serviram para mostrar que o estádio é ótimo em todos os sentidos, desde que público e autoridades contribuam.

Brasil !!!

Foram 90 mil pessoas em 2 noites, sem qualquer tumulto ou problema na hora de chegar ou sair. O esquema de trânsito e os transportes públicos (trens e ônibus) funcionaram perfeitamente. Os corajosos que resolveram ir de carro também se deram bem – o estacionamento mais caro custou R$ 50. A acústica – outra reclamação dos críticos do estádio – passou, com louvor, em todas as provas. O som dos concertos foi perfeito para quem estava nas pistas ou arquibancadas.

A conclusão que fica é que se o estádio não enche em dia de jogos é porque as partidas são ruins e realizadas em horários inconvenientes. O Engenhão – em todos os aspectos – deu um show em comparação com o Morumbi, onde ainda tem gente que insiste em imaginar que pode receber jogos da Copa do Mundo.

Set list

1. Hello Goodbye
2. Jet
3. All My Loving
4. Letting Go
5. Drive My Car
6. Sing The Changes
7. Let Me Roll It
8. The Long And Winding Road
9. Nineteen Hundred and Eighty Five
10. Let ‘Em In
11. I’ve Just Seen A Face
12. And I Love Her
13. Blackbird
14. Here Today
15. Dance Tonight
16. Mrs Vandebilt
17. Eleanor Rigby
18. Something
19. Band on the Run
20. Ob-La-Di, Ob-La-Da
21. Back In The USSR
22. I’ve Got A Feeling
23. Paperback Writer
24. A Day In The Life / Give Peace A Chance
25. Let It Be
26. Live And Let Die
27. Hey Jude

Encore

28. Day Tripper
29. Lady Madonna
30. Get Back

Second Encore

31. Yesterday
32. Helter Skelter
33. Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band / The End



Paul In Rio 2.0, Parte 1 (A saga do Hot Sound) - 22/05/2011

Para quem não sabe, além dos ingressos normais, os fãs de Paul McCartney podem optar por um pacote VIP que dá direito a um coquetel/almoço vegetariano no local do concerto, entrar no estádio e assistir a passagem de som, além de ter acesso a área da Pista Prime antes da abertura dos portões, o que garante as primeiras filas em frente ao palco.

Eu, Jô, Fernando, Toninho, Mariana, Isabel e um papagaio de pirata atrás de nós

Depois da ótima experiência em Porto Alegre no ano passado, ficou claro que essa era a melhor opção para o retorno de Paul ao Rio. Afinal, é a nossa casa. Vários amigos ficaram indignados com o investimento, mas acabaram sucumbindo e levando até filhos. No fim, os 200 felizardos acabaram protagonizando uma grande confraternização de amigos - apesar de cada um procurar o melhor lugar para ficar.

O ingresso para o Hot Sound não é vendido nos mesmos canais dos outros tickets. É preciso acessar o site oficial de Paul McCartney e procurar pelos pacotes VIP. Depois disso, você recebe um e-mail dizendo que cerca de uma semana antes do show eles enviarão os detalhes sobre o seu pacote. Aí, o coração aperta e começa a agonia até a chegada do tal e-mail.

Ao receber a confirmação, fica-se sabendo que o dinheiro gasto só será devolvido caso TODOS os eventos do dia sejam cancelados. Por isso, começamos a olhar todas as previsões do tempo e fazer a dança do sol. Afinal, com chuva, o velho Macca pode decidir se resguardar de possíveis tombos e acidentes.

A chegada ao Engenhão é tranquila, a fila para o Hot Sound é pequena e o sol - bem menos escaldante que o de Porto Alegre - presente. Engraçado ver a expectativa e a total falta de conhecimento do que estaria para acontecer no rosto dos novatos. (N.E - e também a cara de surpresa e decepção de alguns veteranos........)

Ao entrar no estádio, somos conduzidos para uma tenda, onde ganhamos uma bolsa do Paul, uma credencial - que não serve para nada além de souvenir - e o programa do show. Depois, confortavelmente alojados em mesas redondas, somos bombardeados com canapés e salgadinhos veggie. Todos, acreditem, muito bons e com ingredientes nada fora do convencional. Lá estavam batatas, pepinos, cream cheese, tomates, etc. Também havia vinho, cerveja, uísque, sucos, refrigerantes, café, etc. Mesmo assim, a fome bate após horas e horas de espera. Afinal você entra no estádio por volta de meio-dia e o show começa as 21:30.

Palco minutos antes do começo da passagem de som

Mas, o que todos aguardam mesmo é a chance de assistir o ensaio de Paul e banda. Isso acontece por volta de 15:30 e é grande a correria para conseguir o melhor lugar na primeira fila do soundcheck. A esperança é sempre que Paul esteja animado, generoso, e que chame alguém para cantar no palco com ele.

Um certo sapo barbudo segurando um certo cartaz

Nesse dia , Paul pareceu - num primeiro momento - menos animado (ou mais preocupado) que em Porto alegre. Mas começou logo soltando a voz no rockão Honey Rush e abriu o sorriso da galera, enchendo os corações de esperança por um repertório cheio de canções que não fazem parte do seu set list. Não deu outra. Com exceção de All My Loving, 1985, Dance Tonight, Yesterday e Lady Madonna, todas as demais canções não são apresentadas no show (veja o st list completo no fim do texto. A cereja do bolo foi Ebony And Ivory, tocada depois que Macca viu o cartaz com o título da música, carregado por um fã. Novamente tivemos um Parabéns Para Você, em homenagem a uma das felizardas do Hot Sound, uma menina chamada Catarina. (N.E - apesar de informações em contrário, a homenagem foi feita somente para a menina, pois emendando com o Happy Birthday ele cantou She´s a Jolly Good Fellow, o que denota que a homenagem foi feita para uma pessoa do sexo feminino. Isso pode ser visto claramente nas gravações do soundcheck que circulam pelos YouTube da vida).

Eu e Daniel Uram (o que eu estaria apontando para ele?) - Photo by : Mariana Mello

Participar de um evento como este é daquelas coisas que, diferentemente de itens de coleção, você não vai poder ficar admirando sempre quiser, mais jamais sairá da sua memória. Foram pouco mais de 60 minutos, mas daquelas que fazem a arte de viver valer à pena.

Na próxima parte : O Show !

Confira o que foi tocado :

Jam (banda sem Paul)
Honey Rush
Honey Don´t
Blue Suede Shoes
Flaming Pie
All My Loving
Ebony And Ivory
C Moon
Don´t Let The Sun Catch You Crying
1985 (with outro Band On The Run)
Happy Birthday (ONLY to Catarina) / SHE´S a Jolly Good Fellow
Every Night
San Francisco Bay Blues
Sun In Shining
Dance Tonight
Ram On
Circus Jam (while Brian was getting a girl called Renata to Paul to sign a photograph)
Yesterday
Jam (Intro to Lady Madonna)
Lady Madonna





Rock Archives - A Volta !! (Agora é sério)

Bem, no começo do ano eu tinha prometido a volta do blog, agora voltado exclusivamente para o assunto música.

Claro que não cumpri de imediato, mas hoje o blog volta a ter publicações (mais ou menos) regulares.

Vou recomeçar com uma série de três textos escritos pelo meu amigo Fernando de Oliveira, jornalista, beatlemaníaco e, infelizmente, vascaíno, sobre os recentes shows de Paul McCartney no Rio de Janeiro. O estilo leve e bem-humorado (às vezes sarcástico) de escrever do Fernando ajuda a gente a entender melhor o que foram esses dois shows históricos.

Eu também vou estrear um novo título de post, o "Mandei Descder". Eu ia criar um blog específico sobre o assunto (as raridades da minha coleção de vinis, CD´s e DVD´s), mas eu já sou complicado para manter um blog só, imagina tentar administrar mais um. Não tem condições.

Well, espero que vocês gostem, pois só assim eu voltarei a ter disposição para voltar a escrever por aí.

Divirtam-se !!!